quarta-feira, 5 de agosto de 2009

sábado, 4 de julho de 2009

A NOSSA VISITA AO MUSEU DOS LANIFÍCIOS DA COVILHÃ

Olá a todos, hoje dia 03 de Julho efectuamos uma visita ao Museu dos Lanifícios da Covilhã.

Começamos por visualizar um filme, sobre o enquadramento da Covilhã, da Serra da Estrela e das fábricas de lanifícios. Vimos, que a Serra contribuiu de forma fundamental, para que as fábricas se instalassem na Covilhã, o facto de a Serra ser uma fonte de riqueza em água foi determinante. As fábricas situavam-se entre as ribeiras da Carpinteira e da Goldra, e a Covilhã ficou conhecida no século XIX, como o centro histórico dos lanifícios em Portugal. Tivemos também oportunidade de visualizar no mesmo filme, a passagem da Real Fábrica dos Panos, ao quartel e mais tarde ao Instituto, que se transformou na actual Universidade da Beira Interior. A Real Fábrica dos Panos, foi fundada pelo Marquês do Pombal em 1764 (actualmente são as instalações do Museu dos Lanifícios, parte integrante da Universidade da Beira Interior). Também tivemos oportunidade de ver, um resumo com as várias fases porque passa a lã (tosquia feita na Primavera, colhida, lavada, cardada e fiada) e os instrumentos utilizados na época. Já com estas bases, iniciámos a visita propriamente dita.
Em primeiro lugar vimos a lã suja, a lã lavada, cardada e finalmente penteada. Visualizamos alguns objectos em ferro, encontrados durante as escavações feitas (relógio do sol – relógio da fábrica, fechaduras, chaves, cardas manuais, cardos naturais apanhados no monte). Em seguida, encontrava-se a carda cavalete, que tinha já um local para o funcionário se sentar enquanto executava a operação e a lã era mergulhada em azeite, para melhor deslizar. Passámos á roda de fiar, processo este executado por mulheres, para o fio ficar com uma nova resistência e passar para as caneleiras. Nas caneleiras o trabalho era executado por crianças (Nota Informativa: em 1755 deu-se o terramoto de Lisboa e a Covilhã foi a segunda cidade mais atingida, ficando nessa altura muitas crianças órfãs e em troca de comida e dormida vieram a trabalhar na Real Fábrica dos Panos, nas caneleiras). Visualizamos um tear da época (finais do século XIX, inícios do século XX) com lançadeira, onde era colocada a canela (proveniente das caneleiras), este tear manteve-se original sendo apenas uma pequena parte reconstruída para poder estar completo no museu. Este processo era familiar, dado que a mulher trabalhava na roca de fiar, as crianças nas caneleiras e os homens no tear.
Visualizamos uns painéis, que estavam dispostos na mesma sala, onde constavam fotografias da fábrica Capitão Simão Pereira da Silva (privada) datada de 1803, situada em frente á Real Fábrica dos Panos (estatal) e que foi ligada a esta última por uma ponte (ainda existente – arco em pedra). No mesmo painel havia uma fotografia com o registo da escala de trabalho da época. Em seguida, vimos fornalhas em pedra, que eram abastecidas a lenha e onde eram inseridas caldeiras em cobre, que atingiam os 90 a 100º C, tinham um sarilho (manivela) que fazia a rotação do tecido e homens com rodos mexiam o banho de tingimento, para que o tinto não se depositasse no fundo, o que iria impedir de realizar um tingimento uniforme. Na época, era aí que os tecidos para os fardamentos eram produzidos e posteriormente tingidos.
Passamos por uma passagem estreita, onde se situava o antigo tanque (canal em pedra), para uma sala que manteve o chão original com mais de 250 anos, onde ainda são visíveis os canais naturais, onde naquela altura passava a água. Nesta sala encontrava-se uma bobadeira, que faziam as meadas de lã, uma roda de fiar vertical (Século XVIII) e também continha uma exposição com os utensílios usados no final da idade média. Existia um painel com a filial da Real Fábrica dos Panos (actualmente é o edifício da Câmara Municipal do Fundão), construída na época devido á falta de mão-de-obra existente na Covilhã. Nesta fábrica em 1803, trabalhavam 281 pessoas (de acordo com os registos existentes), no entanto este número atingia as 6000 pessoas, já que muitas pessoas trabalhavam em casa. Nesta sala vimos também um casal em madeira, que trabalhava em conjunto com uma urdideira em madeira, para fazer a teia e posteriormente vimos um tear com 250 anos manual (igual ao que temos no Safurdão, com a diferença em que o exposto tinha um chicote para fazer deslizar a lançadeira). Vimos as caldeiras feitas em cobre, no caso do tingimento ser a cor azul e em estanho, no caso do tingimento ser em cor vermelha. Nesta altura utilizavam as propriedades dos materiais, para que o tingimento fosse o mais eficaz possível. Os tingimentos eram feitos nestas duas cores, pois os fardamentos eram confeccionados em vermelho e azul. Existiam 10 caldeiras, 1 para vermelho e 9 para a cor azul, uma vez que nos fardamentos predominava a cor azul. Nessa mesma sala vimos painéis com os 4 processos a que a lã era submetida: escolha, batidela, lavagem e imersão.
Passámos para o corredor das fornalhas, onde 10 bocas eram abastecidas a lenha por 1 só homem, com ajuda de um atiçador (pau grande em ferro). Nas fornalhas o tingimento era feito por ebulição com temperaturas a rondar os 90 a 100º C e existia um carro de fermentação com tingimento a frio 40 a 50ºC, este ultimo era outro tipo de tingimento. Enquanto que no primeiro o tecido entrava e saía, no tingimento de fermentação o tecido podia ficar no Inverno 1 a 2 meses e no Verão 1 a 2 semanas. Depois vimos o garrafão, que servia para armazenar urina humana - há 250 anos atrás, a urina servia como alternativa ao ácido, para ajudar a fixar o corante, esta urina era recolhida de todos os funcionários da fábrica. Vimos em seguida uma râmula do sol, que era para obter o comprimento e a largura desejada do tecido. Para isso o tecido era esticado e preso nuns ganchos em ferro. No mesmo corredor estava a tábua de engomar em bronze, onde o vapor entrava por baixo e saía por cima através de orifícios, o tecido era colocado 10 a 20cm de altura, nunca tocava na tábua (pois esta atingia temperaturas elevadíssimas). Vimos um painel com símbolos, com os quais eram marcadas as ovelhas na altura da tosquia, facilitando a escolha da lã para o ano seguinte. Passamos á sala da tinturaria das Dornas, com 7 poços com tingimento a frio 3 poços com tingimento a quente. Todos os corantes utilizados eram de origem vegetal, excepto o vermelho que era de origem animal. (Cochonilha – bicho que habitava nos cactos importados do México – actualmente utilizado para o fabrico dos batons de senhora). A Cochonilha era um vermelho muito carregado e era usado um produto vegetal – Granza – para aclarar a cor vermelha, obtendo assim a cor pretendida. Todos os produtos de origem vegetal, vinham de colónias Portuguesas e Espanholas. A cor azul resultava do anil/ Indigo, o corante era feito com auxílio de um almofariz. Com o decorrer dos anos surgiram novas plantas, de onde eram extraídos corantes: Pastel, Urzela, Sumagre, Pau do Brasil, Pau Amarelo, Casca de Cebola, Casca de Noz e Mimosa. Visualizamos uma talha, que servia para reserva da água dos trabalhadores, para o azeite e para a urina. Vimos a fornalha em cobre completa, com capacidade para 4000 a 5000 litros de água, era mudada várias vezes ao dia, até á descoberta da colher escumadeira, que servia para retirar as impurezas e assim diminuir o número de vezes de mudança de água.

Para recuperar toda da história deste Museu, foram feitas pesquisas exaustivas, recorrendo aos arquivos existentes na Torre do Tombo em Lisboa. Todos os objectos existentes no Museu são um testemunho vivo de toda a história.

A VISITA FOI SEM DÚVIDA PARA TODAS UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA, ONDE PUDEMOS CONHECER NÃO SÓ A HISTÓRIA DOS LANIFÍCIOS PORTUGUESES, COMO TAMBÉM A HISTÓRIA DE PORTUGAL!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

HISTORIA DA MAQUINETA






Este trabalho tem como finalidade demonstrar um pouco a história da evolução dos teares de Jacquard, desde o cartão perfurado até ao computorizado, quem o inventou, quem o desenvolveu até aos dias de hoje.


Joseph-Marie Jacquard, nasceu a 7 Julho de 1752 em Lyon França, filho de tecelões e, ele mesmo, um aprendiz têxtil desde os dez anos de idade, Jacquard sentiu-se incomodado com a monótona tarefa que lhe foi confiada na adolescência: alimentar os teares com novelos de linhas coloridas para formar os desenhos no pano que estava fiado. Em 1804, Joseph-Marie Jacquard construiu um tear inteiramente automatizado, que fazia desenhos muito complicados.
Fig: 1 Tear de Jacquard
Fig: 2 cartões perfurados Esse tear era programado por uma série de cartões perfurados, (Figura 1 e 2) cada um deles controlando um único movimento da lançadeira. Para mudar o desenho, o conjunto de cartões era substituído. Suas características essenciais continuam presentes até hoje nos modernos teares. Tear de Jacquard foi o primeiro dispositivo a usar cartões perfurados para armazenar uma sequência de acções previamente concebidas, ou seja, o primeiro dispositivo programável da história da humanidade. Um conjunto de cartões perfurados que podia “armazenar” uma complexa combinação de acções do tear cujo resultado seria um tecido com uma textura delicada e complexa, cujo valor dependia de sua beleza. E toda a dificuldade consistia na criação da textura, ou seja, na perfuração dos cartões. Pois a fabricação propriamente dita, ou seja, a tecelagem, era simples, já que não era necessário ser um tecelão habilidoso para reproduzi-lo. Esse modelo, utilizado até a actualidade, foi declarado de utilidade pública na França em 1806.
A sua introdução nas fábricas provocou, contudo, a hostilidade dos tecelões, pois seu manejo requeria um só operário, enquanto os modelos anteriores exigiam três ou mais. Apesar disso, em 1812 a França já utilizava cerca de 14.000 máquinas Jacquard.
Com o invento de Joseph Marie a produtividade das tecelagens aumentou extraordinariamente. Um bom Tear de Jacquard, (Fig: 3) mecanizado, poderia tecer diariamente dez metros lineares de um tecido de seda com uma textura complexa. Entender que a produção poderia ser multiplicada quantas vezes se quisesse reproduzindo o jogo de cartões correspondente à textura desejada e instalando um jogo em cada tear, imitando aquilo que hoje conhecemos por “computação paralela”. Os Teares de Jacquard funcionaram durante quase dois séculos (alguns funcionam até hoje) sem qualquer alteração conceitual significativa, apenas aproveitando melhorias na técnica de fabricação industrial.


De forma resumida, este tipo de maquineta de cartões perfurados era composta por uma série de cartões e uma maquineta que procedia à sua leitura, assim sendo a leitura do cartão era efectuada com a ajuda de umas hastes as quais se movimentavam de acordo com a existência ou não de uma perfuração, isto é, na figura A podemos visualizar o cartão perfurado (cor amarela) composto por 8 fios dos quais as posições 1,2,4,6,8 irão desencadear a subida dos respectivos fios da teia e as posições 3,5 e 7 não irão subir. Pode observar o ultimo passo deste processo, o qual se destaca na imagem os fios da teia em posição de “pica” e as hastes levantadas e engatadas na barra.



Hoje, Teares de Jacquard são raros e usados apenas em tecelagens artesanais.
Se entrarmos numa tecelagem moderna vemos máquinas poderosíssimas, inteiramente automatizadas, tecendo milhares de metros de pano com diversas texturas, mas não vemos sinal de cartões perfurados. Eles foram substituídos. E o mais irónico é que foram substituídos justamente por seu descendente longínquo, porém directo: o computador. O que se vê na (fig: 4) é justamente o esquema de uma textura complexa (uma manta ou cobertor) no ecrã do computador usado para ajustar os parâmetros do programa que controlará o tear que a irá tecer. A sociedade passou por um marco evolutivo quando surgiu a automação da maquineta mecânica criada por Jacquard, ver figura 6. Pois, como o conceito dos cartões perfurados, ele criou as bases de controlo de programas em que se apoia toda a informação. O avanço da sociedade ocorreu, pois com a automação se produziu mercadorias em maior quantidade, com melhor qualidade e a preços menores. A invenção de Jacquard ainda é útil nas máquinas de tecelagem, e de fabricação de malhas nas quais os cartões perfurados ainda permitem a construção de desenhos e figuras nos tecidos. Caso os debuxos a executar sejam muito complicados e excedem a capacidade de quadros de liços possíveis a utilizar pelo tear, deverão utilizar-se maquinetas do tipo Jacquard, ver figura 7.Com este mecanismo inventado, os teares passam a tecer estampas mais complexas ver figura 8. Esse processo é utilizado até nos dias actuais, com o auxílio dos recursos da informática. Nos dias de hoje, não há praticamente nenhum padrão, impossível de se fabricar, desde os padrões mais simples aos mais complicados.


Bibliografia: maquineta de Jacquard
www.wikipedia.org/wiki/Joseph-Marie_Jacquard
www.cognitex.pt/index.com

NÓS NOS TEARES







OS NOSSOS PRIMEIROS TRABALHOS NOS TEARES







quarta-feira, 1 de julho de 2009

VERSOS AOS NOSSOS FORMADORES



A Formadora Celsa é Espanhola,
Residente em Portugal
E veio ensinar-nos
A trabalhar no tear manual.

O Engº Têxtil
É o Senhor Francisco Simões
Estamos um bocado “stressadas”
Por causa das medicos.

Com a Formadora Elsa
Estamos a aprender Comunicação
Vem de Aguiar da Beira
Para o Safurdão

Com a Formadora Lesdália
Estudamos a desertificação
É um Módulo importante
Pois, as Aldeias estão a ficar
Sem população

A Formadora Marta Bicho
É muito meiguinha
Agora está mais engraçada
Pois está de barriguinha


Com a Formadora Capitolina
Estamos sempre a aprender
Aprendemos os nossos Direitos
Para nos podermos defender

O Módulo de Inglês
É um Módulo à maneira
Para o podermos aprender
Temos a Formadora Sara Pereira

A Formadora Fátima
Veio dar-nos o Módulo: Saberes Fundamentais
É sempre bom aprendermos
Para saber-mos cada vez mais

Com a Formadora Daniela
Estamos a aprender o Debuxo
Se aprendermos o “Pica, Larga”
Fazemos panos pue é um luxo

Uma coisa todas nós
Temos a certeza
Com a Formadora Carolina
Aprendemos como abrir
E gerir uma Empresa.
Autora: Fátima Figueira

domingo, 7 de junho de 2009